CPMI do inss

Gaspar quer ouvir Zema e Lulinha e vê blindagem do governo

Relator diz que votações serão individuais para expor quem tenta barrar depoimentos
Por Redação 03/12/2025 - 06:18
A- A+
Assessoria
O relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar
O relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), afirmou, em entrevista à CNN Brasil nesta terça-feira, 2, que a comissão encerrará a primeira fase das investigações na próxima quinta-feira, 4, quando deverá votar uma série de convocações consideradas sensíveis. Entre os alvos estão autoridades federais, dirigentes de bancos, empresários e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Gaspar confirmou que serão analisados os pedidos para convocar a empresária Leila Pereira, da Crefisa; o banqueiro Daniel Vorcaro; oito dirigentes de instituições financeiras; além de Zema e outras autoridades. Também está pendente de deliberação o requerimento para ouvir o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lulinha.

Segundo o relator, as votações ocorrerão de forma individual, sem acordos prévios, o que, segundo ele, permitirá que a sociedade “entenda quem está blindando quem”. Gaspar declarou que não há interferência do governo em seu relatório final, mas reconheceu que as convocações dependem da correlação de forças dentro da comissão.

Provocado sobre a eventual convocação de Lulinha, Gaspar disse que a motivação apresentada pelos autores do requerimento “não é desarrazoada”. Ele afirmou haver “informação muito séria” indicando vínculos do filho do presidente com um dos principais investigados no esquema de fraudes envolvendo o INSS.

O deputado acusou o governo federal de tentar impedir a convocação de aliados, citando a marqueteira Daniela Fonteles, que, segundo ele, teria recebido mais de R$ 8 milhões por meio do operador conhecido como “careca do INSS”. Gaspar também apontou blindagem sobre Gustavo Gaspar, Edson Claro e Paulo Bordens, além de duas entidades de Sergipe suspeitas de repassar valores elevados a um secretário partidário. Segundo ele, ainda há pedidos de prisão pendentes de votação.

Gaspar afirmou que não aceitará “bandido de estimação” e que o relatório final listará, com nomes e justificativas, quem buscou interferir nas investigações. Questionado sobre possível uso político das convocações, o relator disse que cada caso tem fundamentos objetivos que justificam a oitiva.


Encontrou algum erro? Entre em contato